sábado, 8 de agosto de 2009

A falácia do "design imperfeito"

Segundo o ex-monge dominicano e professor universitário, Francisco Ayala (autor de “Darwin's Gift to Science and Religion”), a evolução "é mais compatível com a crença em um Deus pessoal do que o Design Inteligente”. Segundo ele: “Se Deus projetou os organismos, ele teria muito por que responder". Ele cita, por exemplo, o fato de que pelo menos 20% das gestações acabam em abortos espontâneos. Sendo assim, diz, caso isso fosse resultado de uma anatomia concebida por inspiração divina, "então Deus é o maior dos aborcionistas". Ele também faz menção do "sadismo" dos parasitas que devoram vorazmente seus hospedeiros para sobreviver etc. Em relação aos mosquitos-pólvora, por exemplo, cujas fêmeas fertilizam seus ovos consumindo os genitais bem como todo o resto de seus parceiros, supondo Deus como o criador, afirma Ayala: "Ele (Deus) seria sádico, certamente faz coisas muito estranhas e é um engenheiro bastante incompetente".

A falácia do “design imperfeito” (ou "mau desenho") é, sem sombras de dúvidas, a crítica mais comum dos opositores do Design Inteligente. Ignorando questões vitais, como, por exemplo, a variedade, a exuberância imaginativa, a liberdade de criação, o gosto estético e tantas outras possibilidades, tais críticos permanecem amarrados à sua própria compreensão do mundo e da vida, restringindo a capacidade de um Designer à sua própria capacidade.

Se a vida fosse resultado de um Designer Inteligente, ponderam, o mundo deveria ser um maravilhoso paraíso tropical , ou seja, seria aquilo que eles fariam caso estivesse no lugar do Designer . Assim, tal premissa fundamenta-se "no como deveria" ser o mundo caso eles mesmos fossem um Designer, e não "no como o Designer imaginou" a vida, e como este poderia ter levado em conta possibilidades mil.

Trata-se obviamente de uma visão bastante restrita e limitada da vida, pois desprezam o ponto de vista do Artista. Em outras palavras, em vez de contemplarem o quadro completo, concentram seus olhares em minúcias quase sempre interpretadas subjetivamente, partindo do princípio de que, caso a vida fosse realmente fruto de um Designer, ela deveria necessariamente ser aquilo que eles imaginam como conseqüência de um “bom desenho” ou de um "desenho perfeito".

Mas, como sabiamente escreveu Behe, em “A Caixa Preta de Darwin”:

“O argumento baseado na imperfeição ignora a possibilidade de que o planejador possa ter numerosos motivos, e, muitas vezes, a excelência em engenharia ocupa um papel secundário. A maioria das pessoas ao longo da história tem pensado que a vida é planejada, a despeito de doença, morte e outras imperfeições óbvias” (p. 225).

É isso!

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