quarta-feira, 29 de julho de 2009

Behe: Criacionista? Evolucionista?

Certa feita, num debate informal numa dessas comunidades do site Orkut, um ultradarwinista fez o seguinte comentário acerca de Michael Behe:

"E lembrando que BEHE não nega a Evolução, muito menos a ancestralidade comum”.

Então indaguei-lhe:

"Que "evolução"? Aquela tipo gradualista? E qual teria sido o mecanismo de mudança defendido por Behe?"

Ao que ele respondeu:

”Mas EXATAMENTE é uma evolução gradualista que BEHE defende, mesmo que discuta, infrutiferamente, sobre determinados passos bioquímicos. E de forma alguma discorda das ancestralidade comum”.

E completou:

"Isso é que pelo visto, você nem de BEHE, que já foi mais que massacrado pelos bioquímicos, você entende”.

De início argumentei que a Teoria do Design Inteligente, ao contrário da Teoria da Evolução, não se prende a apenas uma posição, como se fosse um dogma intocável! O consenso na TDI é que as máquinas moleculares foram planejadas (ignora-se a natureza do Planejador). A ancestralidade comum, por exemplo, não é problema para muitos teóricos e proponentes da Teoria do Desenho Inteligente. O próprio Michael Behe, por exemplo, acha tal idéia convincente (ele não diz “provada”):

Acho a idéia de ascendência comum (que todos os organismos tiveram um mesmo ancestral) muito convincente e não tenho nenhuma razão particular para pô-la cm dúvida” (A Caixa Preta de Darwin, p. 15).

Outros, porém, como Dembski, não pensa da mesma forma que Behe:

“No acredito que a evidência apóie a ancestralidade comum universal, porém há teóricos do Design como Michael J. Behe que acreditam. Uma teoria saltacionista da vida é por conseqüência uma opção baseada na teoria do Design, mas não é a única alternativa, e espero que dentro do movimento do DI uma posição não tenha vantagem sobre outra” (numa entrevista a um jornal espanhol).

Bem, ressalva feita, entrei então nos detalhes da questão, fazendo uso do próprio Behe, mais exatamente do seu livro
"A Caixa Preta de Darwin", obra essa em que o bioquímico desmascara esse desejo sádico de alguns darwinistas em querer transformá-lo num grande defensor do estrito e rígido gradualismo.

Já no ínicio de seu citado livro, indaga Behe:

"Que tipo de sistema biológico não poderia ser formado por meio de "numerosas, sucessivas e ligeiras modificações"?

Ele mesmo responde:

“Bem, para começar, um sistema que seja irrcdutivelmente complexo. Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente.Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente (isto é, pelo melhoramento contínuo da função inicial, que continua a atuar através do mesmo mecanismo) mediante modificações leves, sucessivas, de um sistema precursor, porque qualquer precursor de um sistema irredutivelmente complexo ao qual falte uma parte é, por definição, não-funcional” (p. 47).


Behe inclusive convida o leitor a desafiar o próprio gradualismo:

“Encorajo o leitor a pegar emprestado um livro de bioquímica na biblioteca e verificar quantos problemas a mais pode identificar para o gradualismo".

E vejam só que interessante:

“Este capítulo foi um pouco diferente; tentei demonstrar que não são apenas os sistemas irredutivelmente complexos que constituem problemas para o darwinismo. Até sistemas que, à primeira vista, parecem sensíveis a um enfoque gradualista, acabam por se transformar em grandes dores de cabeça em um exame mais atento — ou quando resultados experimentais começam a surgir —, sem indícios de que possam ser solucionadas sob o ponto de vista darwiniano” (p. 164).

Em todo o seu livro, Behe contesta o gradualismo, e muitas vezes com acentuada ênfase. Por exemplo:

“Até agora, analisamos a questão da complexidade irredutível como um desafio à evolução gradual. Darwin, porém, enfrenta outra dificuldade. Minha lista anterior de fatores que tornam a ratoeira irredutivelmente complexa foi, na verdade, generosa demais, porque quase qualquer dispositivo que tivesse os cinco componentes de uma ratoeira padrão, ainda assim, poderia deixar de funcionar” (p. 52)

E aqui:

“Neste capítulo, estudamos três aspectos do sistema imunológico — a seleção clonal, a diversidade dos anticorpos e o sistema-complemento — e demonstramos que cada um deles constitui em si um forte desafio à suposta evolução gradual" ( 143).

E mais:

“Nos Capítulos 3 a 6 discuti vários sistemas bioquímicos irredutivelmente complexos, descendo a um bocado de detalhes para mostrar por que eles não podiam ser formados de uma forma gradualista” (p. 164, 165).

E, agora, vamos aos exemplos mais enfáticos do Behe contra o gradualismo a la Darwin:

“Do mesmo modo que uma ratoeira não funciona a menos que todas as suas partes constituintes estejam presentes, o movimento ciliar simplesmente não existe na ausência de microtúbulos, conectores e motores.Podemos, por conseguinte, concluir que o cílio é de complexidade irredutível — uma enorme chave-inglesa jogada em sua presumida evolução gradual darwiniana” (p. 71).

“Sendo o cílio irredutivelmente complexo, nenhuma rota direta, gradual, leva à sua criação. Dessa maneira, uma história evolutiva do cílio tem de imaginar uma rota tortuosa, talvez adaptando partes que foram usadas primeiro para outras finalidades” (p. 72).

“O flagelo bacteriano usa um mecanismo de remo. Por isso mesmo, deve satisfazer as mesmas condições que outros sistemas de natação. Uma vez que o flagelo bacteriano é necessariamente composto de pelo menos três partes — um remo, um rotor, e um motor — ele é de complexidade irredutível. A evolução gradual do flagelo, assim como a do cílio, encontra obstáculos enormes" (p. 79).

“Darwin parece cada vez mais abandonado. Novas pesquisas sobre os papéis de proteínas auxiliares tampouco conseguem simplificar o sistema de complexidade irredutível. As dificuldades do problema não podem ser aliviadas, e, na verdade, elas se tornam cada vez piores. A teoria darwiniana não forneceu uma explicação para o cílio ou para o flagelo; a imensa complexidade dos sistemas natatórios obriga-nos a pensar que ela talvez nunca consiga fazer isso” (p. 79).

“Há outras maneiras de deter o sangramento de ferimentos, mas elas não são, em absoluto, precursoras passo a passo da cascata de coagulação. O corpo, por exemplo, pode contrair os vasos sanguíneos perto de um corte, a fim de ajudar a estancar o sangramento. Além disso, células sanguíneas chamadas plaquetas colam-se à área em volta do corte, ajudando a tampar pequenos ferimentos. Esses sistemas, no entanto, não podem ser transformadosgradualmente em um sistema de coagulação, da mesma forma que uma ratoeira de cola não pode ser transformada em uma ratoeira mecânica" (p. 92).

“Uma criança pode morrer por causa desse único defeito em uma das muitas máquinas necessárias para levar proteínas ao lisossomo. Uma única falha no caminho labiríntico de transporte da proteína na célula é fatal. A menos que todo o sistema tivesse sido imediatamente instalado, nossos ancestrais teriam sofrido destino semelhante.Tentativas de evolução gradual do sistema de transporte de proteínas são uma receita para a extinção.

A análise mostra que o transporte vesicular é irredutivelmente complexo e, portanto, seu desenvolvimento resiste bravamente a explicações gradualistas, como desejaria a evolução darwiniana. Uma busca na literatura bioquímica e nos livros didáticos revela que ninguém jamais sugeriu uma rota detalhada, através da qual um sistema poderia surgir. Diante da enorme complexidade do transporte vesicular, a teoria darwiniana silencia” (p. 123).

“Tal como a via de coagulação do sangue, a via-complemento é uma cascata. É inevitável encontrar, em ambos os casos, as mesmas dificuldades ao tentar imaginar uma evolução gradual. O problema não está na atividade final da cascata" (p. 139).

“Para onde quer que nos voltemos, a explicação gradualista do sistema imunológico é impossibilitada por múltiplos requisitos interligados. Como cientistas, ansiamos por compreender como esse mecanismo magnífico surgiu, mas a complexidade do sistema condena todas as explicações darwinianas à frustração. Sísifo teria pena de nós”
(p. 143).

“Desse modo, embora alguns sistemas não sejam de complexidade irredutível, isso não significa necessariamente que eles foram montados à maneira darwiniana. Tal como para a marmota que tenta atravessar uma estrada de mil pistas, não há uma barreira absoluta à montagem gradual de alguns sistemas bioquímicos. Mas as probabilidades de tudo sair errado são esmagadoras” (p. 146, 147).

“Na verdade, nenhum dos trabalhos publicados na JME durante todo o curso de sua vida editorial propôs um modelo detalhado através do qual um sistema bioquímico complexo poderia ter sido produzido à maneira darwi-niana, passo a passo, gradualmente (p. 178).

“É claro que se alguma coisa não foi formada de maneira gradual, isso deve ter acontecido rápida ou mesmo subitamente. Se adicionar peças isoladas não melhora continuamente a função de um sistema, então peças múltiplas têm de ser acrescentadas juntas. Duas maneiras de montar rapidamente sistemas complexos foram propostas por cientistas em anos recentes” (p. 189).

E, para concluir:

“Ao longo de todo este livro, porém, demonstramos o motivo por que muitos sistemas bioquí micos não podem ser construídos por seleção natural através de mutações: não existe nenhuma rota direta, gradual, para esses sistemas de complexidade irredutível, e as leis da química operam fortemente contra o desenvolvimento sem direção de sistemas bioquímicos que fabricam moléculas como a AMP. Alternativas ao gradualismo que opera através de causas não-inteligentes, tais como a simbiose e a teoria da complexidade, não podem (e nem mesmo tentam) explicar as máquinas bioquímicas fundamentais da vida.

“Mas as barreiras ao gradualismo tornam-se cada vez mais altas à medida que as estruturas adquirem maior complexidade e interdependência.


Poderia haver um processo natural ainda desconhecido que explicasse a complexidade bioquímica? Ninguém seria tão tolo a ponto de negar essa possibilidade. Ainda assim, podemos dizer que, se há tal processo, ninguém faz ideia de como funcionaria. Além do mais, ele seria contrário à toda experiência humana, tal como postular que um processo natural poderia explicar computadores” (p. 205).

Interessante a postura ingênua e dogmática de alguns darwinistas. Ao mesmo tempo em que rotula a TDI de Criacionismo sentem-se extasiado ao afirmar que o Behe é favorável à ancestralidade comum. Ora, se a TDI é o mesmo que Criacionismo como um de seus principais proponentes é favorável a algo tão contestado pelo próprio Criacionismo, ou seja, a ancestralidade comum? Como ele pode ser criacionista e ao mesmo tempo ser gradualista?

Hum?

Resumo da ópera:
Behe é criacionista quando se quer rotular o Tedeísmo de criacionismo; e é evolucionista quando se quer criticar o criacionismo.

Garotos de Darwin: Decidam-se!


É isso!

Fonte:
"A Caixa Preta de Darwin": Micheal Behe.
Zahar Editor, 1997

sábado, 25 de julho de 2009

Os frágeis argumentos contra o Tedeísmo

Em certa ocasião, quando indagado acerca do por que a Teoria do Desenho Inteligente seria a mesma cousa que Criacionismo, um darwinista justificou seu argumento com a seguinte explicação (SIC):

”A partir do momento que afirma que algo só pode ter sido criado por uma "mente superior" (sobrenatural) e não ter qualquer evidências do que afirma e ainda por cima não se utilizar de qualquer metodologia científica para tal, já pode ser considerado como criacionista. E a Academia Nacional de Ciência dos EUA já rebaixou o DI a essa categoria há um bom tempo...”.

Sempre achei os argumentos darwinistas contra o Tedeísmo fraquinhos e cheios de retóricas vazias e repetitivas. A prova está aí... Se não, vejamos...

1 – ”A partir do momento que afirma que algo só pode ter sido criado por uma "mente superior" (sobrenatural)...”

Existe alguma regra científica, algum livro de ciência ou estauto de sociedades científicas que demonstram que o “Sobrenatural” ("Inteligência Superior") nunca afetou a natureza? De que maneira esse tipo de argumento ajuda em alguma coisa? Por acaso diz quais questões estão além da competência da ciência? Fornece diretrizes para separar a ciência da pseudociência? Oferece uma definição do que seja ciência? Ou seja: apesar de, a priori, não ter nenhuma razão para acreditar que nada existe além da natureza, simplesmente acha que não constitui boa ciência oferecer o sobrenatural como explicação de um evento natural. Ora, isso é ridículo em se tratando de ciência!

Por esta lógica bisonha, muitas coisas poderiam reivindicar o título de “ciência” apenas pelo fato de invocar forças materiais. Ora, em que esta postura se diferencia de um argumento religioso dogmático?

Se não pode submeter a teste o Planejador Inteligente, também não se pode fazer o mesmo em relação aos supostos ancestrais extintos. Isso é lógico! O que importam são as evidências que apontam para o plano. Sim, afinal, o fato de não podermos submeter a teste a pessoa de Santos Dumont, isso em nada implica que o avião não exista. Da mesma maneira, o fato de não podermos testar a presença do Planejador num tubo de ensaio em nada significa que o motor flagelar e sua irredutibilidade não existam!

Como diz Behe:

“A ciência pode ser capaz de estudar o movimento de cometas que atualmente aparecem nos céus e submeter a teste as leis da mecânica newtoniana que descrevem o movimento dos cometas. Ela, porém, jamais poderá estudar o cometa que supostamente chocou-se com a terra há milhões de anos. Pode, no entanto, observar os efeitos duradouros dele na Terra moderna. De forma análoga, pode observar os efeitos que um planejador produziu sobre a vida”.

2- ...”e não ter qualquer evidências do que afirma e ainda por cima não se utilizar de qualquer metodologia científica para tal, já pode ser considerado como criacionista”.

As evidências da TDI já foram amplamente discutidas no âmbito acadêmico, e estão fundamentadas essencialmente na Complexidade Irredutível – CI (Michael Behe: “A Caixa Preta de Darwin”) e na Complexidade Especificada – CE (William Dembski: “The Design Inference"). O fato de alguém ACHAR que sejam evidências não as tornam menos evidentes! A mera opinião pessoal, neste caso, é tão útil quanto água em pó: para bebê-la acrescente água!

3 – “E a Academia Nacional de Ciência dos EUA já rebaixou o DI a essa categoria há um bom tempo...”.

Essa é boa!
Quer dizer que agora a ciência é feita por decreto ou por voto da maioria?


Ora, na época da flogística a Academia dominante havia “rebaixado” teorias alternativas, e o resultado consta nos anais da história: caiu a teoria, e a reboque se seguiu a Academia!

Lembrando que em 2002, o comitê da AAAS publicou uma resolução atacando frontalmente a Teoria do Design Inteligente como não-científica. Todavia, em tal processo foram utilizadas todas as armas, menos àquelas relacionadas à ciência. Prova disso é que, após tal resolução ser publicada, perguntou-se aos membros do Comitê da AAAS quais livros e artigos escritos por cientistas do Desenho Inteligente eles teriam lido antes de tomar esta resolução, e a resposta foi simplesmente que o assunto havia sido analisado por todo o grupo. Outros membros apenas disseram que havia lido cuidadosamente fontes identificadas na Internet.

Assim, parece claro que os membros do comitê da AAAS aparentemente votaram pura e simplesmente com intenção de declarar o Desenho Inteligente como não-científico, sem estudar eles mesmos os livros acadêmicos e artigos apresentados pelos cientistas que propunham a teoria. Não custa lembrar ainda que um bom número dos cientistas que apóiam o Desenho Inteligente são membros da AAAS, de modo que o Comitê da AAS claramente não falou por todos os membros da organização.

Ciência não se decide em tribunais, por decreto, por unanimidade acadêmica ou por consenso de um grupo. Mas, lamentavelmente a ciência real nunca foi neutra e sempre refletiu interesses de grupos específicos. Ademais, a posição da maioria de um grupo não reflete a posição do grupo como um todo.

É isso!

Tedeísmo: o plano e o planejador

Uma das críticas mais freqüentes da galera de Darwin em relação à Teoria do Desenho Inteligente, diz respeito à figura do Planejador. Afinal, quem foi o Planejador?

Sobre isso, faz-se mister esclarecer os seguintes pontos (adaptado de "A Caixa Preta de Darwin", de Michael Behe):

1 – A TDI não tem por objetivo especular sobre a natureza do Planejador, mas apenas encontrar sinais de planos (ou desenho) na natureza. Em outras palavras: ela não se importa em fazer uma nálise psíquica do Planejador.

2 - Para se deduzir que houve um plano não é preciso ter um candidato para o papel de planejador.

3 - É possível concluir que alguma coisa foi planejada sem que saibamos absolutamente nada acerca da identidade de quem a planejou. Poderíamos não saber absolutamente nada a respeito de que pintou Mona Lisa, isso no entanto não impede de concluirmos que ela foi desenhada por alguém.

4 - Podemos chegar à conclusão de que um sistema foi planejado pelo simples exame desse mesmo sistema. Um sistema planejado apresenta sinais de que foi planejado.

5 – A inferência de que houve um plano pode ser feita com bastante segurança, mesmo que o planejador seja figura muito remota. Não necessitamos provar que Santos Dumont existiu para concluirmos que o avião existe e que funciona muito bem.

6 – Da mesma forma que não é possível submeter a teste os supostos ancestrais extintos, assim também não é possível colocar em um tubo de ensaio o Planejador.

7 – Assim como certa vertente darwinista (evolucionista teístas) atribui a Deus o suposto “pontapé inicial” da evolução, do mesmo modo muitos Tedeístas acreditam ter sido Deus o Planejador. Em ambos os casos, portanto, o que conta é apenas a fé.

8 – A Teoria do Desenho Inteligente, tal qual o darwinismo, pode ter implicações teológicas e filosíficas. Richard Dawkins, por exemplo, declarou que “apenas depois de Darwin foi possível ser um ateu intelectualmente realizado”. Também o sociobiologista E. O. Wilson o qual faz uso da biologia darwinista numa tentativa de desconstruir a religião e as ciências humanas.

9 – A origem do universo e o aparecimento da vida são os alicerces físicos que resultaram em um mundo cheio de agentes conscientes. Não há razão a priori para pensar que esses eventos básicos devam ser explicados da mesma maneira que outros eventos físicos.

10 – Resumindo: as máquinas biológicas, por sua própria irredutibilidade, têm que ter sido planejadas – seja por Deus seja por alguma outra inteligência superior.

É isso!

Planejamento Inteligente

Planejamento é o ato ou efeito de planejar. O verbo planejar, por sua vez, significa fazer o plano de, fazer planta de, fazer tenção de, projetar, traçar, planear, conjeturar, elaborar um plano ou roteiro etc.

É comum a galera de Darwin, numa atitude previa e ridiculamente moldada, tecer comentários acerca da Teoria do Desenho Inteligente (TDI - TEDEÍSMO) como um fenômeno de características religiosas e miraculosas, o qual pretende explicar a origem da vida por meio de precessos mágicos, em que os seres vivos teriam aparecido como num “abre-te sésamo” ou seja, instantaneamente num passe de mágica.

Todavia, a idéia de planejamento em si já rechaça essa errônea e sutil interpretação. Michael Behe, por exemplo, em seu já conhecido livro A Caixa Preta de Darwin (publicado o Brasil pela Editora Zahar), traz alguma luz sobre a questão. Vejamos:

"Os sistemas bioquímicos de complexidade irredutível que discutimos neste livro não tinham que ser produzidos recentemente. É de todo possível, à vista do simples exame dos próprios sistemas, que tenham sido planejados há bilhões de anos e que chegaram ao presente através dos processos normais de reprodução celular. Talvez um cenário especulativo ilustre bem esse argumento.

Suponhamos que há quase quatro bilhões de anos o plane­jador fabricou a primeira célula, já contendo todos os sistemas bioquímicos irredutivelmente complexos discutidos aqui, e muitos outros. (Podemos postular que o planejamento de sistemas que deveriam ser usados mais tarde, como a coagulação do sangue, esteve presente, mas ainda não "liga­do". Nos organismos modernos, numerosos genes são desligados tempoariamente, às vezes durante gerações, para serem ligados mais tarde).

Suponhamos ainda que o planejador colocou nas células alguns outros sistemas, sobre os quais não podemos fornecer prova suficiente, para concluir o planejamento. A célula que continha os sistemas planejados foram, em seguida, deixadas em piloto automático para reproduzir-se, passar por mutação, comer e ser comida, chocar-se com rochas e sofrer os efeitos de todos os caprichos da vida aqui na Terra. Durante esse processo, pace Ken Miller, pseudogenes poderiam ocasionalmente surgir e um órgão complexo tornar-se não-funcional. Esses fatos acidentais não significam que os sistemas bioquímicos iniciais não foram planejados. As verrugas e rugas celulares que Miller considera provas da evolução podem ser sim­plesmente evidências de idade.

Ideias simples podem levar um tempo surpreendentemente longo para se desenvolverem. Uma das maneiras como uma ideia simples pode ser desviada de sua rota é pela fusão com uma ideia estranha. Quando exami­nada em si mesma — longe de ideias sem relação lógica —, vê-se que a ideia de planejamento inteligente é bem sólida, respondendo facilmente ao argumento baseado na imperfeição."

Embora o Tedeísmo possa ter implicações teológicas e filosóficas (o darwinismo também tem), os conceitos de Complexidade Irredutível (Michael Behe) e Complexidade Especifica ( William Dembski) fundamentam-se na ciência, naquilo que pode ser empiricamente detectado.

É isso!

Fonte:
Michael Behe, "A Caixa Preta de Darwin", Rio de Janeiro, Zahar, 1997, p. 228-230